Queremos fazer livros irreverentes e livres como a criança, capaz de dar nomes às pedras, conversar com os peixes e ver no céu um “cavalo de passarinhos”, como disse outro dia meu sobrinho Theo, de 4 anos, acompanhando o vôo dos pássaros no Aterro do Flamengo. Acreditamos em histórias e projetos gráficos que revelem as coisas por ângulos surpreendentes, que tenham brechas e alçapões insuspeitos.
No lugar dos coelhinhos fofinhos, preferimos os personagens paradoxais, as imagens com lacunas e os enredos ambíguos, que deixem espaço para a criança brincar e tirar suas próprias (in)conclusões.
“A atual literatura romanesca juvenil (...) nasceu no solo de um preconceito inteiramente moderno. Trata-se do preconceito segundo o qual as crianças são seres tão diferentes de nós, com uma existência tão incomensurável à nossa, que precisamos ser particularmente inventivos se quisermos distraí-las. No entanto, nada é mais ocioso que a tentativa febril de produzir objetos – material ilustrativo, brinquedos ou livros – supostamente apropriados às crianças.” (citação de Walter Benjamin enviada pela Julia para engrossar o caldo da nossa conversa)
5 comentários:
adorei!!! tá um verdadeiro barato!!! quando li a frase sobre ser capaz de dar nomes às pedras, conversar com os peixes e ver no céu um "cavalo de passarinhos", me veio imediatamente na cabeça outro trecho do benjamin...
depois mando pra vocês. beijo!
manda sim júlia!!!
Ai...
acho que vcs me ajudaram a perceber que sempre fui fada! Leve, livre e inflada. Desejo vida longa a fadinha e que de seu mundo surjam outros pontinhos de luz pra clarear a vida cá na terra!!
Beijos mil,
va.
va, só mesmo uma fada para fazer roupas tão coloridas e cheias de tesouros mínimos como as suas!
Essa citação é sensacional! Combina com o que eu penso tb!
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