14 de dezembro de 2008

o ar fresco da serra

Marcamos a data. E desmarcamos a data. Foram várias as tentativas de subir até Petrópolis para apresentar a fada inflada para os alunos de música da Nana Carneiro da Cunha, que integra a nossa banda das fadas (e que também é ceramista, rara cozinheira, cultivadora de especiarias e orquídeas, violoncelista, cantora e compositora inspirada, hilária companheira de aventuras de toda sorte, e mais). O dia em que viajaríamos amanheceu chuvoso e cinzento, as pedras do Rio cobertas de névoa. Além disso, grande parte da banda não podia ir. Será que desmarcamos mais uma vez? De jeito nenhum!

À medida que subíamos a serra, a neblina foi ficando para trás. Aos poucos, o desvario de verde que margeia a estrada começou a limpar nossos olhos e pulmões. Dormimos na casa deliciosa da avó da Nana, depois de tomar sopa de abóbora e agrião. O dia seguinte estalava de tão límpido, azul, com nuvens gordas branquíssimas. Um vento frio percorria os corredores da casa. Corremos para o ciep Santos Dumont (companheiro perfeito para a fada), passando antes no centro da cidade para comprar o combustível para o vôo, hélio.

As crianças estavam nos esperando desde cedo. Cercaram o carro querendo nos ajudar a carregar as coisas. Cada leitura da fada é bem diferente. Dessa vez teríamos que cantar as músicas apenas acompanhadas de um pandeiro e um violão. Na verdade, a falta dos instrumentos e de marcações mais precisas deixou a gente mais livre para os gestos e o improviso. Cada palavra ganhou corpo. Cada careta puxou um movimento engraçado. E quando a fada "ficou cheia e saiu flutuando", corremos todos para fora do ginásio para vê-la desaparecer aos poucos numa nuvem graúda. As crianças acompanharam cada detalhe da leitura com tanta atenção e alegria que tudo virou mágica! Veja as fotos abaixo...

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