5 de setembro de 2007

cavalo de passarinhos

Queremos fazer livros irreverentes e livres como a criança, capaz de dar nomes às pedras, conversar com os peixes e ver no céu umcavalo de passarinhos”, como disse outro dia meu sobrinho Theo, de 4 anos, acompanhando o vôo dos pássaros no Aterro do Flamengo. Acreditamos em histórias e projetos gráficos que revelem as coisas por ângulos surpreendentes, que tenham brechas e alçapões insuspeitos.

No lugar dos coelhinhos fofinhos, preferimos os personagens paradoxais, as imagens com lacunas e os enredos ambíguos, que deixem espaço para a criança brincar e tirar suas próprias (in)conclusões.

“A atual literatura romanesca juvenil (...) nasceu no solo de um preconceito inteiramente moderno. Trata-se do preconceito segundo o qual as crianças são seres tão diferentes de nós, com uma existência tão incomensurável à nossa, que precisamos ser particularmente inventivos se quisermos distraí-las. No entanto, nada é mais ocioso que a tentativa febril de produzir objetosmaterial ilustrativo, brinquedos ou livrossupostamente apropriados às crianças.” (citação de Walter Benjamin enviada pela Julia para engrossar o caldo da nossa conversa)

5 comentários:

Anônimo disse...

adorei!!! tá um verdadeiro barato!!! quando li a frase sobre ser capaz de dar nomes às pedras, conversar com os peixes e ver no céu um "cavalo de passarinhos", me veio imediatamente na cabeça outro trecho do benjamin...
depois mando pra vocês. beijo!

Rabiola disse...

manda sim júlia!!!

Va machado disse...

Ai...
acho que vcs me ajudaram a perceber que sempre fui fada! Leve, livre e inflada. Desejo vida longa a fadinha e que de seu mundo surjam outros pontinhos de luz pra clarear a vida cá na terra!!
Beijos mil,
va.

sobre nós disse...

va, só mesmo uma fada para fazer roupas tão coloridas e cheias de tesouros mínimos como as suas!

Cristiana Soares disse...

Essa citação é sensacional! Combina com o que eu penso tb!