30 de novembro de 2007

bem-vindos

Uma carta para São Pedro no varal. O sol retirante iluminando a praça de leve. Frascos de bolhas de sabão aguardando o sopro das crianças. Risos borbulhantes espalhando-se pelos recantos da praça. Amigos de todas as idades contando histórias e trocando sorrisos debaixo das copas das árvores. A festa de lançamento da fada começou assim. Doce que nem o caldo de melancia que escorria pelas bochechas das crianças. Mais tarde, todos se juntaram em semicírculo diante do gol revestido de flores. Não ia ter jogo de futebol, mas uma torcida atenta (dos 2 meses aos 2 infinitos) aguardava a primeira leitura da fada inflada em praça pública! Nem precisamos falar alto, tamanha a expectativa. A cada página virada, surgia algo novo: uma música, varinhas de condão, serpentina, pai mago dançando um baião... A leitura foi viva, tão viva, que mesmo os imprevistos pareciam planejados. Na hora em que apareceu, a fada inflada resistiu ao vôo. Parecia um lembrete... para voar é preciso perder a cabeça. Para voar é necessário ser sobretudo corpo. Lembrei de Alice no País das Maravilhas e a ameaça da Rainha: “Corte a cabeça!” Sem titubear, cortei o fio que ligava a cabeça ao balão. Leve, fada voou. "Foi ficando cada vez mais miudinha no céu". A festa foi linda. Feita por cada um que compartilhou seu encanto. Alguns dias depois, pensamos: “Nem nos nossos sonhos, a tarde na praça seria tão harmoniosa!” Mas peraí, a mágica foi justamente essa. Diferente do que parecia, havíamos imaginado quase seis meses antes um lançamento exatamente assim. Além de apresentar o livro, queríamos uma celebração em que os amigos de todas as idades pudessem se encontrar. Justamente porque sonhamos a festa, ela pôde se materializar!

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